ANAIS :: ENAMA 2014
Resumo: 233-1


Poster (Painel)
233-1Avaliação de técnicas de biorremediação in situ de solo antártico contaminado por óleo diesel
Autores:Jesus, H.E. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Peixoto, R.S. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro) ; Cury, J.C. (UFSJ - Universidade Federal de São João del-Rei) ; Rosado, A.S. (UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro)

Resumo

A Península antártica faz parte da Antártica marítima e apresenta os maiores níveis de contaminação por hidrocarbonetos, metais pesados e compostos organoclorados devido à intensa atividade humana presente nas estações de pesquisa instaladas na região. O solo utilizado neste estudo foi impactado por um derramamento de 20 mil litros de óleo diesel em 1986 próximo a Estação brasileira (EACF), localizada na Ilha Rei George. Neste trabalho, um experimento de microcosmo in situ foi realizado durante o verão austral de 2011 com o objetivo de avaliar estratégias de biorremediação conhecidas como bioaumento (adição de biomassa microbiana) e bioestímulo (adição de fertilizantes), separadamente e em conjunto, em solos com contaminação crônica e recente. O consórcio bacteriano foi montado com estirpes selecionadas com potencial atividade degradadora de óleo diesel. O sequenciamento de DNA revelou alta similaridade dessas estirpes com os gêneros Pseudomonas, Rhodococcus e Acinetobacter. Após 45 dias de experimento, as amostras de solo foram congeladas a -20°C e transportadas até o Brasil. As amostras foram analisadas quanto ao teor de potássio, fosforo e nitrogênio total, perfil molecular (DGGE) para os genes 16S bacteriano (rrs), 16S de archaea e alkB, quantificação do gene 16S bacteriano (rrs) pela técnica de PCR em tempo real e também análise da degradação de hidrocarbonetos totais HTP por CG-MS. A analise de DGGE revelou alterações significativas no perfil de fragmentos dos genes bacterianos 16S rrs e alkB, relacionadas especificamente aos tratamentos testados, diferente do que foi observado para o marcador filogenético 16S de Archaea, que parece não ter sido diretamente afetado pela contaminação. O PCR em tempo real mostrou diminuição no número de cópias do gene bacteriano 16S (rrs) em todos os tratamentos testados, quando comparados a amostra controle. As alterações nas comunidades bacterianas desses solos parecem estar relacionadas com o tipo de tratamento proposto. O teor de nitrogênio e fósforo foram consideravelmente elevados nos tratamentos com adição de fertilizante, assim como a degradação foi mais eficaz para os solos com histórico de contaminação e com contaminação recente submetidos a este tratamento (86,5 e 85,3% respectivamente), o que demonstra um indicio de potencialização na degradação de HTPs. Porém, de acordo com os dados obtidos, em solo com elevada contaminação a utilização de um consórcio bacteriano parece ser o mais indicado.


Palavras-chave:  Biorremediação, Antartica, Bacterias, Hidrocarbonetos, Bacterias